quarta-feira, 24 de setembro de 2014

DIANA de Joaquim Simões Chuva - Fonte Nova 1892

3483MINHA COLEÇÃO ACM 64  

N 3483– Diana, Placa cerâmica da Fonte Nova, Aveiro, assinada Joaquim Simões  Chuva. Datada de 1892 . Dimensões : 40x25 cm.











A "Fonte Nova"
Em 1882, no vazio deixado pela Fábrica do Côjo, três irmãos da família Melo Guimarães lançaram um novo projecto cerâmico - a Fábrica da Fonte Nova, situado a sul da desaparecida fábrica do Côjo e na margem esquerda deste canal. Abertos às novidades do tempo que corriam nos meios portuenses, estiveram desde o início presentes nos grandes certames nacionais, nomeadamente no Porto e em Lisboa, ganhando rapidamente projecção.
Quanto aos produtos, pode dizer-se que Fábrica da Fonte Nova saíam diferentes géneros de louça, em faiança grosseira ou faiança fina, em pó de pedra ou noutras variantes, tanto de feição doméstica como para construção civil. E, complementarmente, dali saíram também inúmeros painéis de azulejo que rapidamente se espalharam um pouco por todo o país, por encomendas específicas ou traduzindo belezas e paisagens naturais de Aveiro a par com os monumentos nacionais ou regionais de maior projecção, à semelhança do que se pode admirar em algumas estações de Caminho de Ferro, com relevo para a estação de Aveiro onde se contam cerca de meia centena de "postais ilustrados" da região. Aí campearam, nesta arte, entre outros, os artistas Licínio Pinto, Francisco Pereira, Carlos Branco, António Augusto...
Conhecendo períodos bons e horas más, a Fábrica da Fonte Nova desapareceu em violento incêndio de 1937, deixando um rasto de produções de boa qualidade e, sobretudo, uma imensa quantidade de azulejo de tapete e floral a embelezar o casario aveirense e de muitas outras vilas e cidades. Foi de resto esta fábrica e seus artistas que, tanto pela variação do desenho como pelo intenso cromatismo, melhor configuraram a ornamentação arte nova da região aveirense.




A produção desta fábrica, caracteriza-se pelo excelente azul das suas decorações, pintadas á mão. Essa é a côr mais usada na Fonte Nova.

As peças de grande formato e artisticas, assim como os azulejos, são
sempre assignadas pelos pintores e authenticadas com a marca industrial
da fabrica. Pintores: Joaquim Simões Chuva — 1891; Joaquim de Maga-
lhães — 1892; José da Silva — 1892 a 1893; Alleluia — 1902. (Vide marcas
20, 266, 295, 296 e 459). Marcas da fabrica (164 a 169, 171 a 175).


 

Estas Ceramistas obtiveram  prémios nas exposições : Cerâmica Portugueza, Porto,
1882; Industrial de Lisboa, 1888 e Universal de Anvers, 1894.


domingo, 7 de setembro de 2014

Rara caneca António José Almeida Massarelos 1873-1878

N 4000 – Rara caneca marcada Massarelos, do Drº  António José Almeida e um bouquet de flôres,  marca do periodo de  1873-1878. Uma peça de coleção. Estado Impecável. Dimensões 11x12 cm. Marca nº 505 do Dicionário de Marcas de Faianças Portuguesas.





António José de Almeida nasceu numa aldeia da freguesia de São Pedro de Alva do concelho de Penacova , a 17 de Julho de 1866.
Era ainda aluno de Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, quando publicou no jornal académico Ultimatum um artigo que ficou célebre, intitulado Bragança, o último, que foi considerado insultuoso para orei D. Carlos. Apesar de ter sido defendido por Manuel de Arriaga, acabou condenado a três meses de prisão..
Faleceu em Lisboa, no dia 3 de Outubro de 1929.
Foi candidato do Partido Republicano em 1905 e 1906, sendo eleito deputado nas segundas eleições realizadas neste ano. No ano seguinte adere à Maçonaria.
Foi preso por ocasião da tentativa revolucionária de Janeiro de 1908 , dias antes do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe. Posto em liberdade, voltou a embrenhar-se na política, sobretudo enquanto director do jornal Alma Nacional. Destacou-se também como diretor do jornal  República (1911-1999).
Após a Proclamação da República Portuguesa, foi nomeado Ministro do Interior do Governo Provisório; exerceu, posteriormente, várias vezes as funções de ministro e deputado, tendo fundado em Fevereiro de 1912 o partido Evolucionista, que dirigirá.
A 10 de Julho de 1919 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Em 6 de Agosto de 1919 foi eleito presidente da República e exerceu o cargo até 5 de Outubro de 1923, sendo o único presidente que até 1926 ocupou o cargo até ao fim do mandato. 
A 16 de Outubro de 1919 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, da Ordem Militar de Avis e da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Nomeou 16 governos durante o seu mandato. Viveu de forma clandestina, durante o governo de Sidónio Pais.
Em 1929 foi eleito 12.º Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano Unido mas não chegou a tomar posse por entretanto ter falecido.
Faleceu em Lisboa, no dia 3 de Outubro de 1929.
Posta esta Nota Histórica com fonte na Wikipédia, Interrogo-me com o facto de esta peça estar marcada com um carimbo , em que o visado teria no máximo 12 anos de idade. Este facto faz-nos pensar, que os carimbos poderiam ter uma utilização posterior áquela em que lhe é atribuída por especialistas. Ou por outro lado, essa classificação dos especialistas,  poderá não ser a mais correta. Fica a dúvida, para que algum possível leitor, quem sabe ? possa esclarecer!


domingo, 27 de julho de 2014

N 3751– Grande Jarrão assinado Jorge Maltieira , 63,5 cm

N 3751– Grande Jarrão assinado Jorge Maltieira , 63,5 cm altura, com cenas da vida de Cristo. Cerâmica de autor vidrado a azul , amarelo e vinoso.

Joăo Jorge Maltieira e Silva (1908: Cartaxo, Portugal – 1994: Rio de Janeiro, RJ).

Jorge Maltieira foi pintor, ceramista,  professor e atleta, realçando-se em todas estas actividades.
Excelente aquarelista, dedicou-se a paisagens e marinhas, porém alcançando seu nível mais elevado no tratamento da arquitetura - rural e urbana.
Formado pelo curso superior de pintura, da Escola de Belas Artes de Lisboa, em Portugal,foi discípulo de Veloso Salgado, Joăo
Vaz e Joaquim Ferreira da Costa.







Exerceu a docência nas Escolas Industriais de Domingos Sequeira, em Leiria; Comercial e Industrial, em Guimarães; Brotero, em Coimbra e Faria de Guimarães, no Porto.

Foi vogal, Director da Sociedade Nacional de Belas Artes; Director Artístico da Exposição do Ribatejo (realizada no Cartaxo).

Obteve inúmeros prémios, quer na Sociedade de Belas Artes, como Primeira e Segunda Medalhas de Menções Honrosas; conquistando o Primeiro Prémio no Salão do Estoril, o Prémio Ferreira Chaves da Academia de Belas Artes, bem assim o Primeiro Prémio Roque Gameiro, do S.N.I..









Existem obras suas em muitos museus, tais como o de Arte Contemporânea, em Lisboa; Maria da Fontinha, em Além do Rio, Castro Daire; Martins Sarmento e Alberto Sampaio, em Guimarães; José Malhoa, em Caldas da Rainha, entre outros.

As suas obras estão espalhadas por todo o Brasil e em Portugal, fazendo parte de colecções de entidades oficiais e privadas.







Foi notável pintor de cerâmica, tendo desenvolvido esta actividade, entre outras nas Fábricas de Sacavém; Vieira da Natividade, em Alcobaça; Cavalinho, em Carvalhos e, com muito empenho, em Araruama, no Brasil. Em 1927, Silvino Ferreira da Bernarda, um dos seis filhos de Manuel Ferreira da Bernanda, e os dois irmãos António e Joaquim Vieira Natividade, criaram a empresa Olaria de Alcobaça, Lda. (O.A.L.). . Um dos factores para a renovação da produção cerâmica, é o surgimento das peças de autor. O pintor naturalista Martinho da Fonseca (1890-1972) e o aguarelista Jorge Maltieira (1908-1994), foram os primeiros a assinar as suas peças.
Jorge Maltieira, além do exposto, deixou-nos uma marcante obra como historiador de arte e estudioso de iconografia, legando-nos centenas de estudos sobre a arte barroca introduzida no Brasil pelos portugueses; tendo fundado, na Galeria Cataldi, no Rio de Janeiro, a revista de cultura e arte “Cinco
Quinas”.
Para além da sua dedicação à pintura, foi também atleta olímpico nos Jogos Olímpicos de 1928. Pertenceu ao Sport Lisboa e Benfica e do seu palmarés de atleta, destaque para o título de campeão regional do sul de saltos em altura.






Ofereceu Jorge Maltieira muitas das suas obras pictóricas e desenhos à Câmara Municipal do Cartaxo, das quais se expõem permanentemente alguns exemplares, quer no átrio do primeiro piso, quer no Atneu Artístico Cartaxense, quer ainda na Biblioteca Municipal, graças à amizade que manteve com a então directora, D. Maria Adelaide Santos.








OAL Cartaxo Cerâmica de Autor