sexta-feira, 9 de setembro de 2011

João Pedro Grácio Pai

Apresento hoje uma das minhas reliquias, um bandolim com estojo original executado por João Pedro Grácio (pai).


Bandolim
O BANDOLIM PORTUGUÊS criou raízes e muitos
adeptos no ambiente popular e não só. Fizeram-se muitos
BANDOLINS DE LUXO essencialmente tocados por senhoras.
Ainda no princípio deste século, as senhoras professoras
primárias tinham aquando da sua formação, aprendizagem de
BANDOLIM , facto curioso que muitas vezes levava os pais ou
parentes mais chegados a mandarem construir, por encomenda,
um BANDOLIM com data gravada no tampo ou no estandarte
que correspondia ao final de curso ou à data de aniversário.
Sendo um instrumento muito acarinhado por senhoras, o
BANDOLIM era guardado em sacos de cabedal ou veludo com as
iniciais da sua proprietária bordadas.
O BANDOLIM é encordoado com quatro ordens de
cordas, no total oito, que afinam do agudo para o grave:Mi, Lá,
Ré, Sol. Esta afinação é idêntica à do VIOLINO, correspondendo
o seu encordoamento ao carrinho nº 9 (0,254mm) para as duas
primeiras cordas, carrinho nº 6 para as segundas (0,305mm),
sendo as 3ª e 4ª ordens encordoadas com bordões de 0,55mm e
0,79mm respectivamente.
Vários compositores famosos lhe prestaram homenagem
como Mozart (D. João), Hændel (Alexandre Balus), Paiselo
(Barbeiro de Sevilha), Verdi (Otelo), etc..



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( VENDIDO EM 2011-09-15 )

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Violeiros e Guitarreiros do Ambiente Tradicional Português


 João Pedro Grácio 

Nasceu a 27 de Maio de 1872 e faleceu a 4 de Março de 1963. Carpinteiro de profissão tinha a sua oficina na Rua da Boa Vista, certo decidiu formar uma Tuna com os amigos e como o dinheiro não abundava começou a aprender a arte de construir instrumentos musicais. Do seu casamento nasceram 12 filhos, 6 raparigas e 6 rapazes: o Manuel, o José, o Ulisses, o Joaquim (Kim), o Victor e o João.

  Gilberto Grácio, neto de João Pedro Grácio, leva já 56 anos dedicados à construção de instrumentos. Foi agraciado, em Outubro de 2002, com o Grau de Comendador da Ordem do Mérito com que foi distinguido por sua Excelência o Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, e este ano foi-lhe atribuída, pela Câmara Municipal de Oeiras, a Medalha de Mérito Municipal  .
Mestre Gilbérto ainda tem consigo um bandolim construído pelo seu avô em 1897. Conta: "Este bandolim esteve 80 anos sem tocar e depois eu reparei-o e o cliente disse assim "Isto está tão bonito! É mal empregue, porque o meu filho dá cabo disso. 0 Sr. não quer comprar?" E eu disse-lhe que sim, que comprava o rótulo. (ri-se) Já comprei há quase 30 anos." O rótulo, esse, diz: "Fabricante de guitarras, bandolins, bandoletas, violas francesas, violões, cavaquinhos...".

0 seu pai, João Pedro Grácio Júnior, especializou-se na guitarra portuguesa. "O meu pai seguiu sempre em estudos para fazer evoluir a guitarra portuguesa, tanto a de Coimbra como a de Lisboa, mas mais a de Lisboa no princípio. Eu fazia as violas e o meu pai as guitarras. Depois, o meu pai e o Artur Paredes - há um musicólogo, José Lúcio, que diz que houve um casamento entre o meu pai e Artur Paredes - é que definiram mais a guitarra modelo de Coimbra. Essa guitarra já se fabricava, mas não com a desenvoltura que se fabrica agora. Depois do falecimento do meu pai, eu comecei também a estudar para dar continuidade à construção de guitarras."

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